Dívida de 20 bilhões das Lojas Americanas pode levar a empresa a falência
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Fachada da Loja Americanas em Russas/Ceará — Foto: José Nogueira/Arquivo Baixo Jaguaribe |
As Lojas americanas (AMER3), em fato relevante, desta quarta-feira(11) comunicou a existência de "inconsistências" em seu balanço contábil da ordem de 20 bilhões de reais.
Sobre uma possibilidade de falência, a companhia reconheceu não ser possível determinar todos os impactos desta inconsistência nos próximos resultados e no balanço patrimonial da empresa.
A companhia reconheceu a existência de operações de financiamento de compras em valores da ordem de 20 bilhões de reais, "nas quais a Companhia é devedora perante instituições financeiras".
Um estudo através da Technical Analysis (análise técnica), realizado por um analista técnico com registro no CNPI da associação de Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).
Profissional que analisa os movimentos de preços das ações através de gráficos, mostrou que durante uns 60 dias a empresa teve uma queda acumulada de -65% nos preços de seus ativos.
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Gráfico da ação AMER3 — Foto: Reprodução |
Refletindo o cenário dos últimos 30 dias, até ontem (11), de negociação das ações da Americanas, o preço da ação acumulava uma alta superior a 60%.
Falência
Após, recentemente a contratação, um pedido de demissão de um respeitadíssimo CEO brasileiro, denunciando ter encontrado, um rombo, "graves inconsistências" na contabilidade da empresa, em sendo comprovadas, colocará a companhia em grandes dificuldades, podendo até comprometer a sua atuação no mercado. Segundo afirmou um analista de mercado.
Lojas Americanas
A Americanas é uma empresa de capital aberto, com ações ( código AMER3) cotadas na B3 a bolsa de valores brasileira e controlada pelo trio Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, a saga destes é retratada através do livro Sonho Grande da Jornalista Cristiane Correia, lançado em abril de 2013.
Esses empresários, em mais de quatro décadas, ergueram o maior império do capitalismo brasileiro e ganharam projeção no cenário mundial, segundo é retratado no livro.
Donos de nada mais nada menos que marcas como as Lojas Americanas, a Budweiser, a Burger King, a Heinz e a AB-INBEV controladora da cervejaria AMBEV (ABEV3) aqui no Brasil.
O método de gestão que desenvolveram, implantada em nos seus funcionários, baseia-se em meritocracia e controle com redução de custos.
Até o fechamento desta matéria, a Americanas (AMER3) estava em leilão com suas ações cotadas em R$ 1,27 acumulando perdas de -89,33%.
LEIA TAMBÉM
FATO RELEVANTE DA AMERICANAS
Integra da nota (Comunicado ao mercado) da empresa Americanas (AMER3) sobre as divergências encontradas, que podem comprometer as atividades e a contabilidade da empresa.
Americanas S.A.
CNPJ/ME nº 00.776.574/0006-60
NIRE 3330029074-5
FATO RELEVANTE
Americanas S.A. (“Americanas” ou “Companhia”), em atendimento ao disposto na Resolução CVM nº 44, de 23 de agosto de 2021, vem comunicar aos seus acionistas e ao mercado em geral que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o exercício de 2022.
Numa análise preliminar, a área contábil da Companhia estima que os valores das inconsistências sejam da dimensão de R$ 20 bilhões na data-base de 30/09/2022.
A Companhia estima que o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial.
Neste momento, não é possível determinar todos os impactos de tais inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial da Companhia.
Entre as inconsistências mencionadas acima, a área contábil da Companhia identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais a Companhia é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras de 30/09/2022.
As estimativas acima estão sujeitas a confirmações e ajustes decorrentes da conclusão de trabalhos de apuração e dos trabalhos a serem realizados pelos auditores independentes, após o que será possível determinar adequadamente todos os impactos que tais inconsistências terão nas demonstrações financeiras da Companhia.
Diante desses fatos e consequente alteração de prioridades da administração, o Diretor-Presidente Sergio Rial e o Diretor de Relações com Investidores André Covre, empossados em 2/1/2023, comunicaram sua decisão de não permanecer na Companhia, com efeito imediato.
O Conselho de Administração nomeou interinamente para Diretor-Presidente e Diretor de Relações com Investidores o Sr. João Guerra, executivo com ampla trajetória na companhia nas áreas de tecnologia e recursos humanos, e não envolvido anteriormente na gestão contábil ou financeira.
O Conselho de Administração decidiu, ainda, criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis, que terá os poderes necessários para a condução de seus trabalhos.
Os acionistas de referência da Americanas, presentes no quadro acionário há mais de 40 anos, informaram ao Conselho de Administração que pretendem continuar suportando a Companhia, tendo o Sr. Sergio Rial como seu assessor nesse processo, prestando apoio na condução dos trabalhos.
A Companhia manterá o mercado informado a respeito dos desdobramentos relevantes relacionados aos assuntos objeto deste Fato Relevante.
Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2023
Sergio Rial André Covre
Diretor Presidente Diretor de Relações com Investidores
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