A iniciativa do Deputado Estadual Renato Roseno prevê a realização de um plebiscito, na próxima eleição, que permita a participação popular acerca dos serviços da Enel no Ceará

Você está satisfeito com o serviço da ENEL? | Foto: divulgação

Por Débora Castro
Você é a favor da reestatização da Companhia Energética do Ceará (Enel)? Essa é a pergunta que queremos fazer ao povo cearense ao apresentar um novo Projeto de Decreto Legislativo (PDL). A nossa iniciativa prevê a realização de um plebiscito, na próxima eleição, que permita a participação popular em um tema tão importante.
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Até aprová-lo, estamos com um abaixo-assinado virtual no ar, para que a população se manifeste em relação à reestatização do serviço da energia elétrica. Isso ajuda a pressionar o poder legislativo para continuidade na tramitação do nosso PDL e na adesão de deputadas e deputados. A iniciativa faz parte da nossa campanha Energia Justa.
ABAIXO-ASSINADO
https://bit.ly/energiajustaparatodes
Esta é a terceira vez que tentamos aprovar este PDL. Nos momentos anteriores, conseguimos as assinaturas necessárias para tramitar na Casa e ainda obtivemos a avaliação positiva da sua procuradoria jurídica, que destacou a “constitucionalidade, juridicidade e legalidade" da proposta, em 2016 e 2022. Naquele momento, além do péssimo serviço, a população sofreu com o reajuste nas tarifas com percentual médio de quase 25%.
Em 2016, o PDL foi rejeitado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa do Ceará (CCJR/Alece), em dezembro de 2018. Já em 2022, o projeto ingressou em maio daquele ano, mas o relator não exarou nenhum parecer até o término da última legislatura.
Agora, estamos tentando colher novamente as 16 assinaturas necessárias — pelo menos ⅓ dos deputados estaduais — para dar entrada com o PDL. Até o momento, conseguimos o apoio de dez parlamentares. Além de Renato Roseno, assinaram os deputados Cláudio Pinho, Gabriella Aguiar, Guilherme Landim, Juliana Lucena, Lia Gomes, Missias Dias, Moésio Loiola, Sérgio Aguiar e Simão Pedro.
Se conseguirmos aprovar, partir do que rege a Constituição Estadual, será realizado um plebiscito em todo o território estadual. Caberá ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE), com apoio da Assembleia Legislativa, tomar as medidas necessárias para a convocação dessa escuta.
A privatização da COELCE
A Companhia Energética do Ceará foi privatizada em 1998, durante o governo de Tasso Jereissati. À época, o argumento usado foi o de que a concessão melhoraria a qualidade do serviço. “Lá em 1998, a gente já dizia que onde privatizou, a qualidade caiu. Quero crer que, após tantos anos de acúmulos e queixas, tenhamos consciência do mal que fizemos com a concessão de serviços básicos para a sociedade. Precisamos de altivez e coragem para tomar a decisão que deve ser tomada. Escutar e obedecer a soberania popular”, defende Renato.
No nosso estado, a empresa Enel apresenta contrato desde 1998, com validade até maio de 2028. “Essa é a melhor oportunidade de discutir a concessão, já que estamos próximos do fim do contrato. O cearense poderá dizer se quer que ele seja renovado. Caso contrário, o Estado poderá se preparar para reassumir o serviço de energia elétrica”, avalia o parlamentar.
Desde 2020, a Enel lidera o ranking de reclamações no Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Decon) do Ministério Público Estadual, repetindo essa vergonhosa posição em 2021, 2022 e 2023. Paralelo a isso, a empresa, no último ano, obteve R$ 8,6 bilhões de receita líquida e R$ 315,47 milhões de lucro líquido.
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