Fenômeno pode trazer novidades na composição das bancadas de deputados federais e estaduais no Estado do Ceará
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Ex-governador Camilo Santana - Foto: Reprodução |
A liderança consolidada do ex-governador do Ceará Camilo Santana (PT-CE) em todas as pesquisas de intenção de voto para o Senado Federal, alterou o cenário estadual das disputas para Câmara Federal e Assembléias Legislativas.
O fenômeno é tratado como "efeito Camilo". A onda de influência, além de impulsionar a candidatura do também petista Elmano de Freitas a governador, também começa a alterar o jogo das candidaturas que concorrem aos cargos de deputados federais e estaduais nas diversas regiões cearenses.
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Camilo Santana é filho do ex-deputado socialista Eudoro Santana. Foi eleito governador em 2014 com 53% dos votos e reeleito em 2018 com quase 80% dos votos, contudo, o “efeito Camilo” surgiu apenas agora em 2022, na sequência do rompimento da aliança estadual entre PT e PDT, partido da família Ferreira Gomes.
O rompimento aconteceu por dois fatores. Primeiro, devido declarações agressivas de Ciro Gomes contra Lula.
Segundo, por causa da escolha da chapa pedetista para o governo do Ceará, quando o PDT cearense optou pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio em detrimento da vice-governadora Izolda Cela, empossada governadora e indicada por Camilo Santana como sua sucessora natural.
Por enquanto, a reação de Camilo derruba favoritismos e alavanca candidaturas.
Ciro Gomes que nunca perdeu eleição presidencial no Ceará, agora amarga uma terceira posição em todas as pesquisas, enquanto Roberto Cláudio encontra-se em maus lençóis na corrida pelo governo do Ceará.
Todas as pesquisas também mostram Elmano Freitas distanciando-se de Roberto Cláudio, com a perspectiva de Elmano chegar no dia 2 de outubro em primeiro lugar.
Essa projeção indica a transferência da disputa pela segunda vaga do segundo turno para Roberto Cláudio e Capitão Wagner.
Além da distância cada vez maior entre Camilo Santana e Ciro Gomes, outras conjunturas localizadas transformam esse panorama político cearense.
Há sinais claros da possibilidade concreta da federação formada pelos partidos PT, PCdoB e PV conseguirem eleger entre quatro a cinco deputados federais e cerca de 10 deputados estaduais, o dobro do previsto.
Antes do rompimento e da campanha, esse número era estimado em apenas três federais e quatro estaduais.
Esse crescimento de deputados apoiados por Camilo Santana representará uma mudança no mapa geopolítico do Ceará.
Com a campanha polarizada pela disputa feroz entre petistas e pedetistas, a governadora Izolda Cela foi a trincheira de maior eficácia para fazer o contrapeso a uma possível retaliação de Ciro Gomes aos ex-aliados, contribuindo decisivamente no crescimento do número de prefeitos a apoiar a chapa petista no Ceará.
Outro a fazer contrapeso é o senador Cid Gomes, irmão de Ciro Gomes que joga suas fichas em uma reconciliação.
Esse contexto ainda reforça a crescente possibilidade do ex-governador cearense trocar o projeto estadual por um nacional, como candidato a presidente nas eleições 2026.
Em junho, no começo da crise, Lula chamou Camilo de “obra de arte”.
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