A greve dos servidores e professores federais em educação está sendo considerada a maior greve da educação dos últimos 20 anos segundo as entidades sindicais
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Manifestação dos servidores federais em greve no Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) | Foto: Reginaldo Marinho |
Governo Lula enfrenta a maior Greve da Educação dos últimos 20 anos
Considerando a abrangência e a adesão, a greve dos servidores federais Técnico-administrativos em educação (TAEs) e dos professores das universidades e institutos federais de ensino superior de todo país é considerada a maior greve da educação dos últimos 20 anos no Brasil. Surpreendentemente, a maior greve da educação ocorre no mandato do presidente Lula, eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), maior partido de esquerda e com presença massiva nos movimentos educacionais e das universidades por todas as regiões do Brasil.
Sindicatos dominados pelo PT
Historicamente, os sindicatos foram dominados pela presença de membros dos partidos de esquerda nesse país, principalmente as federações e centrais sindicais, que representam os sindicatos nos movimentos nacionais. Sempre buscando se alinhar aos interesses dos Governos de esquerda, os sindicatos fazem mobilizações, consideradas tímidas, em comparação a movimentos, quando o governo é de direita. A exemplo do sindicato dos metalúrgicos do ABC Paulista, o PT, que tem como representante maior, o atual presidente e sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva, tem como símbolo de atuação, os movimentos grevistas através dos sindicatos.
Segundo Edi Carlos, sindicalista e grevista no Movimento TAEs na Luta no Estado do Ceará, o Governo está com um discurso de que vai apresentar uma proposta pra encerrar a greve e que os maiores prejudicados são os estudantes e as famílias desses estudantes universitários, e tenta jogar a culpa da greve nas "nossas costas", afirmou o servidor federal.
O grevista afirma ainda, que em todo o discurso do ministro da educação, Camilo Santana do PT, ele diz que "com quem está negociando não se faz greve". Mas ele não explica por que as negociações não avançaram? Além do que, foi passado para traz, pelo ex-ministro da justiça e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que conseguiu reajuste para os servidores do Ministério da Justiça, nas categorias da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Penal Federal (PPF).
"Se vierem com a mesma proposta já apresentada de 0% de reajuste em 2024, 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026, vai ser muito desrespeito com a gente", afirmou Lenice de Freitas, servidora federal da educação e sindicalista.
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Ato unificado dos professores e servidores federais no Instituto Federal (IF) de Limoeiro do Norte no Ceará | Foto: Bruna Lima |
Com a deflagração da greve pelos docentes das universidades e instituições de ensino federais em todo o Brasil, a greve da educação federal torna-se um movimento de grande pressão para o Governo Lula, pois inicialmente, o movimento era apenas dos servidores federais da educação, que atualmente são em torno de 224 mil servidores, e agora conta com a participação dos docentes das instituições federais de ensino e com a adesão dos movimentos estudantis em busca da valorização da educação pública de qualidade em todo o país.
Ato unificado dos professores e servidores federais no Instituto Federal (IF) de Limoeiro do Norte no Ceará
Segundo a servidora Bruna Lima, que participou e discursou na Assembleia dos docentes e TAEs do Instituto Federal de Limoeiro do Norte, esses atos vem, cada vez mais, fortalecer o movimento grevista na região do Vale do Jaguaribe, no Ceará.
Reginaldo Marinho, servidor federal que participou da Assembleia de Servidores dos Institutos Federais do Sertão Pernambucano, em Petrolina, ressalta a importância da unidade dos campi do interior no movimento grevista e de atos unificados em favor da greve e da educação e faz um chamamento.
"Sigamos na luta e na expectativa pela mesa de negociações com o governo que ocorrerá dia 19, próxima sexta-feira.", convoca o grevista.
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