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Clima e doença afeta preço e coleta da castanha-de-caju no Ceará

Temperatura alta e ventos fortes prejudicaram a formação do fruto do cajueiro, também foram registrados problemas em outros Estados do Nordeste

 

 

 

Caju com castanha — Foto:José Nogueira / arquivo pessoal
Caju com castanha — Foto: José Nogueira / arquivo pessoal

 

 

 

Fatores climáticos estão influenciando a produção de castanha-de-caju no Ceará, segundo os Produtores de Castanha-de-Caju do Estado.

 

 

 

A safra de 2023 deve ser impactada em pelo menos a metade do que foi colhido no ano passado, alerta os produtores.

 

 

 

O comercio do agricultor Delto, no município de Pindoretama, no Ceará não está comprando nenhum quilo de castanha-de-caju, com exceção da castanha-de-caju de cajueiro precoce e pagando um preço super baixo em relação as safras anteriores.



A colheita deste ano já está chegando ao fim. O produtor não conseguiu colher a safra deste ano, pois a castanha-de-caju está toda "queimada".

 

Doença do cajueiro

 

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a Antracnose, por nome científico (Colletotrichum gloeosporioides), é a mais severa doença do cajueiro no Brasil, seja pela sua ocorrência em todas as regiões produtoras, seja pelo volume de danos econômicos que provoca. 

 

 

 

Esta doença causa prejuízos, indistintamente, em pomares diversificados do ponto de vista genético e em campos cultivados sob sistemas de manejo mais tecnificado, onde são utilizados clones melhorados, sendo necessário apenas que as condições climáticas sejam favoráveis e o cajueiro encontre-se na fase de lançamento foliar ou floral. 

 

 

 

Perdas de 40% do volume total da produção já foram registradas. Entretanto, esta taxa pode ser bem mais elevada caso ocorra mais cedo em relação ao estádio reprodutivo e quando se consideram as perdas na qualidade do produto, ou quando se leva em conta o volume após o beneficiamento primário.

 

 

 

Essa doença é causada por fungo. Ele produz numerosas estruturas de reprodução chamadas de conídios nas lesões, em ambas as faces das folhas, nos caules, ramos, frutos e pseudofrutos.

 

 

 

Os sintomas da doença podem ser observados em toda a parte aérea da planta. Entretanto, são mais comumente encontrados nos frutos e no pedúnculo, os sintomas principais são também lesões escuras e arredondadas, enquanto no pedúnculo, rachaduras e apodrecimento total podem ocorrer com relativa frequência.


O fungo sobrevive internamente nos tecidos infectados, em restos de cultura no solo ou na própria planta. A disseminação dentro do pomar se processa pela água da chuva e pelo vento, sendo o primeiro responsável pela maior participação no processo.

A doença é mais severa em tecidos jovens, resultantes do lançamento floral, que ocorre durante ou logo após o período chuvoso. Quando o período de elevada umidade prolonga-se até o início da frutificação, as perdas na produção são mais acentuadas, podendo ser totais em algumas plantas.

 

 

 

"A safra desse ano é muito pouca, é pouquíssima. Eu acho que talvez não dê nem pra apanhar a castanha dos meus cajueiros, o preço está lá em baixo e a fabrica não esta recebendo a nossa castanha, só de cajueiro precoce", explica.



Segundo Diais, um outro comerciante do município, quando  a fabrica de castanha-de-caju resolveu não receber a castanha-de-caju coletada dos cajueiros da região, ficou inviável comprar castanha, pois não existe perspectiva de mudança nesta decisão, causando medo e desconfiança nos donos de armazém que compram para estocar.



"Eu mesmo resolvi não comprar castanha esse ano, vou vender pra quem? e se a fabrica não quiser mais a nossa castanha, vou fazer o que?".



No município de Pindoretama e região do Litoral Leste do Ceará, a castanha-de-caju precoce esta sendo comercializada em média de R$ 1 por quilo.
 

 

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