O clima foi de indignação após decisão de cortar postos de trabalho dos vigilantes
Um ato público realizado na manhã do último dia 02 de setembro em frente à Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC) reuniu entidades sindicais, representantes do movimento estudantil, professores e trabalhadores em protesto contra a demissão de vigilantes terceirizados.
Os manifestantes classificaram a medida como um grave risco à segurança já fragilizada dos campi e um desrespeito à comunidade acadêmica.
O clima foi de indignação durante a manifestação. Os oradores, representando uma coalizão de sindicatos e entidades estudantis, argumentaram que a decisão de cortar esses postos de trabalho vai na contramão das necessidades da universidade, onde os casos de violência são uma preocupação constante.
Eles afirmam que, longe de ser uma mera questão administrativa, a redução do efetivo de segurança é um convite ao caos.
“Hoje, já não temos uma segurança eficaz. Com a redução de vigilantes, a violência e o caos tendem a aumentar. É lamentável que a universidade e a União não pensem na comunidade acadêmica”, declarou um dos organizadores do ato, em discurso aplaudido pela multidão.
A fala ressoou entre os presentes, que carregavam cartazes com frases como “Menos vigilantes, mais insegurança para toda a comunidade universitária!” e “Com a redução de vigilantes a violência vai aumentar”.
O protesto destacou que os cortes não se limitam aos vigilantes, mas fazem parte de um contexto mais amplo de redução de gastos com trabalhadores terceirizados, que são historicamente os primeiros a serem atingidos.
“Sempre atingindo a carne dos trabalhadores”, lamentou um manifestante, referindo-se ao impacto social das demissões.
O Sindicato dos Vigilantes do Ceará (Sindvigilantes Ceará), que esteve à frente da organização do ato, reafirmou seu compromisso com a luta em defesa dos empregos da categoria e por mais segurança dentro da UFC.
Eles argumentam que instituições públicas têm uma responsabilidade social que vai além do balanço financeiro e que a segurança de milhares de pessoas que circulam diariamente pela universidade não pode ser comprometida.
A reportagem procurou algum posicionamento da Reitoria da UFC sobre as demissões e as críticas feitas durante o protesto, mas não obteve nenhum comunicado até o fechamento desta edição.
demissões de vigilantes da UFC
As demissões, segundo os vigilantes, que totalizam 68 postos de trabalho, atingem praticamente todos os campi da universidade, tanto na capital Fortaleza quanto no interior do estado, ampliando o temor de uma generalizada vulnerabilidade na segurança patrimonial e da comunidade universitária como um todo.
A comunidade aguarda um posicionamento oficial da administração da universidade e do governo federal sobre as medidas que serão tomadas para garantir a segurança no campus após a redução do quadro de vigilantes.
O ato em frente a reitoria da UFC reflete um tensionamento que vai além dos muros da universidade, colocando em debate os efeitos dos cortes orçamentários na prestação de serviços essenciais e na manutenção de postos de trabalho em instituições públicas.
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